EDITORIAL

Armindo Veloso



A democracia da morte

Há pessoas que põem as suas vidas em risco todos os dias. Seja por velocidades loucas a andar de carro ou moto, seja por praticar desportos radicais, seja por alimentação reiteradamente desregrada, seja por consumo de drogas, etc., etc.
Essas, quando lhes acontece algum acidente ou até morrem, resta-nos a frase: é a vida...
Se pegarmos em exemplos de figuras mundialmente conhecidas, principalmente relacionadas com o mundo da música, lembramo-nos de nomes como Elvis Presley, Freddi Mercury ou mais recentemente Michael Jackson ou Amy Winehouse que se “puseram a jeito” e ficamos com o mesmo sentimento de aceitação.
Já me choca, violentamente, a morte de pessoas como Steve Jobs, fundador e dinamizador da APPLE, que morreu um dia destes, aos 56 anos, de cancro no pâncreas.
Qualquer cidadão comum perguntará: Como foi possível um dos homens mais ricos do mundo, com o mundo da ciência aos pés, morrer de cancro aos 56 anos?
Ele fez transplantes de órgãos vitais. Ele foi sujeito a autênticos milagres da ciência. Mas não fez o milagre de sobreviver. Morreu!
Todas as mortes nos devem fazer reflectir. Mas estas!...
Aquele homem foi um génio a todos os níveis. Até na morte soube sê-lo. Quando sabia que estava no único beco sem saída da vida, fez uma conferência de imprensa e delegou o seu império no seu número dois.
É, meus amigos, podemos ter tudo e mais alguma coisa. Até podemos prolongar a vida uns anitos, em relação a outros, se tivermos muito dinheiro, mas quando é para ser, é!
Chamei a este texto: “a democracia da morte”. É um facto. Ao menos nisso somos todos iguais. Se há igualdade absoluta, julgo que é só essa, entre ricos poderosos e pobres desgraçados, é nisso. Na morte.
Deus, seja Ele quem for, sabe o que faz.

Até um dia destes.