EDITORIAL

Armindo Veloso



Votemos

Votar em Portugal devia ser obrigatório.
Sei que em democracia se entende mais facilmente que as pessoas votem ou não mediante aquilo que lhes dá na telha em cada momento.
Sei também que a abstenção e os votos em branco mostram um certo grau de descontentamento que faz pensar as instituições.
Sei finalmente que passados dois ou três dias das eleições esse efeito de descontentamento se dilui e o que conta de facto são os votos expressos e os seus correspondentes eleitos.
Assim sendo e havendo sempre um mal menor, para os que não se identificam com o espectro partidário da altura, não vejo outra forma de responsabilizar aqueles que não votando são os primeiros a criticar quem lá está.
Já repararam que um dia destes corremos o risco de serem os militantes, os incondicionais dos partidos e os caciques locais a votarem e a decidirem o nosso futuro?
Meus caros amigos, por muito que estejamos descontentes e até revoltados com a nossa classe política, há que fazer uma análise desapaixonada e votar na melhor solução para enfrentarmos estes tempos difíceis e incertos. Estou a falar de cerca de três milhões de eleitores que, segundo estudos, não lhes apetece nada ir votar.
Deixemos as paixões para o futebol – mesmo aí já se vai vendo mudanças racionais, legítimas. Embora outras sejam oportunistas e vão indo ao sabor dos vitoriosos... – e vejamos o nosso futuro e o das gerações vindouras com pragmatismo.
No dia cinco de Junho votemos, todos!
Até um dia destes.