EDITORIAL

Armindo Veloso



EMANADOS

Diz-se que os governantes/dirigentes de um determinado povo são o reflexo desse próprio povo.
Dito de uma forma mais popular: cada povo tem os governantes que merece.
Desgraçados de nós.
Reparem: nos últimos tempos, tivemos um Presidente da República que por melindre, legítimo, mas só o melindre, de não ter sido “auscultado” no PEC IV não fez nada para evitar uma crise política contribuindo, assim, para deixar o país de calças na mão.
Nos últimos tempos, tivemos um Primeiro-ministro que, suportado na recusa do PEC por parte da oposição, aguentou até ao limite do possível o pedido de ajuda externa, tão necessário e urgente, e só o fez depois do “lóbi bancário” o obrigar, recusando-se a continuar a financiar o próprio país. O mesmo país que saiu em socorro da banca quando foi necessário – leia-se BPN e BPP.
Nos últimos tempos, tivemos um líder da oposição que, por pressões internas do seu partido, fez do PEC IV a moção de censura que não teve coragem de apresentar na Assembleia da República, fazendo com que o governo se demitisse na altura pior para Portugal.
Nos últimos tempos, tivemos um presidente de uma grande instituição/clube, o Futebol Clube do Por-to, que, quando os adeptos apedrejaram a caravana benfiquista que rumava a Lisboa, em vez de condenar veementemente esses actos ironizou de uma forma deplorável.
Nos últimos tempos, tivemos responsáveis por uma instituição/clube, o Sport Lisboa e Benfica, talvez a instituição com mais adeptos do país, que de uma forma baixa, deixaram que a luz do estádio fosse cortada para evitar os festejos, legítimos e justos, dos atletas e adeptos portistas. Isto para não falar dos apedrejamentos, dos quais podem ser alheios, que precederam o jogo.
Meus caros, que raio de povo este que “fabrica” líderes desta estirpe.

Até um dia destes.