EDITORIAL

Armindo Veloso




O tira teimas
Nas últimas eleições autárquicas, a maior parte das pessoas da Póvoa, a começar por mim, não acreditavam que Manuel José Baptista viesse a ser presidente da câmara.
A campanha do PSD na Póvoa de Lanhoso fazia-me então lembrar a que Rui Rio, também ele vencedor, desenvolveu no Porto. Porta-a-porta, qual formiguinhas, lá foram aqui e ali granjeando a simpatia e a credibilidade necessárias para a vitória. Imaginem que Paulo Morais, candidato número dois na lista de Rio, disse-me que tinham dez por cento de hipóteses contra Fernando Gomes.
Amigo que sou da Dr.ª Gabriela Fonseca e da família, disse-lhe várias vezes que o esforço, e que esforço!, que estava a fazer na pré-campanha e na campanha seria inglório. Não me ligou e fez bem.
O que me parece é que, também à semelhança com o Porto, uma parte substancial da população da Póvoa, principalmente eleitores do PS, não se convenceram que a vitória de Baptista foi a sério.
Já ouvi várias pessoas dizerem que pelo facto do dr. João Tinoco sair, o Lúcio Pinto facilitou e a vitória de Manuel Baptista foi um acidente.
Será? O futuro o dirá. Mas, com o Rui Rio aconteceu o mesmo e contra ventos, marés e também contra cores clubísticas exacerbadas, Rio deu uma banhada no segundo mandato.
Não duvido muito que o paralelismo com o Porto se venha mais uma vez a verificar.
Há muita gente na Póvoa que está expectante. Não querem abrir o jogo porque ainda se encontram muito ligados ao poder de então ou seja socialista. Se por um lado até admiram o Baptista, por outro ainda estão comprometidos com muita gente e o melhor é jogarem pelo seguro...
E o voto, o tal papelinho secreto. Como será?...
Esperemos para ver. Aconselho, no entanto, alguns a manifestações comedidas. Se assim não for, depois do tira teimas, vai demorar muito tempo até que adquiram um lugar na fila para engraxarem as botas ao Baptista.
É a vida...

Até um dia destes.