
Armindo Veloso
O dia D
Faz um ano que o Estatuto Político-Administrativo dos Açores fez com que o Presidente da República transmitisse uma comunicação inédita ao país através da televisão, facto esse que entreteve toda a comunicação social num período tão carente de noticias.
Relembro este facto porque constitui, na minha opinião, o dia D para que parte dos portugueses, nos quais me incluo, se tenham paulatinamente afastado de José Sócrates.
Se juntarmos a lei do divórcio e o casamento entre homossexuais, julgo que está quase tudo dito.
Portugal não é uma Nação qualquer. Quem não ver isso estatela-se. Foi o caso. José Sócrates afrontou sem pés nem cabeça o Presidente da República para agradar a Carlos César, presidente do governo regional dos Açores.
É claro que tinha atrás de si o voto irresponsável, como vieram a admitir alguns, de todas as bancadas parlamentares. Mas, José Sócrates sabe muito bem em que circunstâncias esse voto foi dado e deveria ter em atenção a unanimidade dos constitucionalistas e ex-Presidentes da República que diziam sem hesitar que aquela mudança não tinha razão de ser e até é inconstitucional como certamente se virá a provar na fiscalização sucessiva.
Ao obrigar o Presidente, depois do segundo veto à lei, a promulgá-la, o Primeiro-Ministro esticou a corda.
O Presidente da República, seja ele qual for, tem no nosso sistema uma legitimidade acima de qualquer suspeita. Ali, não há, como para o parlamento, método de hondt a dar maiorias parlamentares com 44% dos votos. Ali, ou há 50% mais 1, ou não há. Ainda por cima quando esses mais de 50% de votos são obtidos à primeira volta, não havendo a desculpa do mal menor.
Podemos gostar mais ou menos dos presidentes da República. O que é certo é que o povo se identifica no essencial com as suas atitudes.
O problema das reformas estruturais como a da educação que fez zangar milhares de professores, justificam muita coisa. Julgo, no entanto, que o divórcio de parte do eleitorado, fundamental para os resultados eleitorais, vem mais daquelas mudanças profundas. Que batem mais fundo...
Sócrates brincou com o fogo.
Está a sair chamuscado. A dúvida só está na intensidade das queimaduras.
Até um dia destes.
Relembro este facto porque constitui, na minha opinião, o dia D para que parte dos portugueses, nos quais me incluo, se tenham paulatinamente afastado de José Sócrates.
Se juntarmos a lei do divórcio e o casamento entre homossexuais, julgo que está quase tudo dito.
Portugal não é uma Nação qualquer. Quem não ver isso estatela-se. Foi o caso. José Sócrates afrontou sem pés nem cabeça o Presidente da República para agradar a Carlos César, presidente do governo regional dos Açores.
É claro que tinha atrás de si o voto irresponsável, como vieram a admitir alguns, de todas as bancadas parlamentares. Mas, José Sócrates sabe muito bem em que circunstâncias esse voto foi dado e deveria ter em atenção a unanimidade dos constitucionalistas e ex-Presidentes da República que diziam sem hesitar que aquela mudança não tinha razão de ser e até é inconstitucional como certamente se virá a provar na fiscalização sucessiva.
Ao obrigar o Presidente, depois do segundo veto à lei, a promulgá-la, o Primeiro-Ministro esticou a corda.
O Presidente da República, seja ele qual for, tem no nosso sistema uma legitimidade acima de qualquer suspeita. Ali, não há, como para o parlamento, método de hondt a dar maiorias parlamentares com 44% dos votos. Ali, ou há 50% mais 1, ou não há. Ainda por cima quando esses mais de 50% de votos são obtidos à primeira volta, não havendo a desculpa do mal menor.
Podemos gostar mais ou menos dos presidentes da República. O que é certo é que o povo se identifica no essencial com as suas atitudes.
O problema das reformas estruturais como a da educação que fez zangar milhares de professores, justificam muita coisa. Julgo, no entanto, que o divórcio de parte do eleitorado, fundamental para os resultados eleitorais, vem mais daquelas mudanças profundas. Que batem mais fundo...
Sócrates brincou com o fogo.
Está a sair chamuscado. A dúvida só está na intensidade das queimaduras.
Até um dia destes.