Campeonato Europeu de Futsal de Padres

Faltou sorte no jogo final

Cento e trinta padres, de dez países europeus, trocaram a batina pelos calções e o altar pelo ringue e participaram no IV Campeonato Europeu de Futsal para Padres, que se realizou em Portugal, de 17 a 19 de Fevereiro. Depois do 4.º lugar na última edição, a selecção portuguesa, capitaneada pelo Padre Marco Gil, assegurou o 2.º lugar na competição, perdendo, no último jogo, por 0-2, frente à Polónia, que se sagrou campeã pela segunda vez consecutiva.
O fair-play entre os jogadores e para com os árbitros do encontro foi a palavra de ordem, com o jogo da final a decorrer no Pavilhão Municipal de Vila Nova de Famalicão, que esteve lotado, num grande incentivo à selecção portuguesa.
A equipa lusa teve um excelente desempenho na prova e conseguiu sair vencedora do grupo A, deixando pelo caminho a selecção da Bósnia, nas meias-finais. A próxima edição da Champions Clerum deverá realizar-se na Hungria.
Mais do que a competição, este torneio serviu para estreitar laços de amizade, promovendo um salutar convívio entre os sacerdotes presentes.

CLASSIFICAÇÃO:
1.º Polónia 2.º Portugal 3.º Croácia 4.º Bósnia 5.º Espanha 6.º Itália 7.º Eslováquia 8.º Áustria 9.º Hungria 10.º Eslovénia


Padre Gil fala do sucesso organizativo
Após um encontro com os capitães das selecções presentes, o capitão da selecção, o Pe. Marco Gil, da diocese de Braga, e José Gonçalves, treinador, falaram do torneio. O padre Gil disse à Agência ECCLESIA que os intervenientes “mostraram-se muito satisfeitos com a organização”. Este torneio “fica na memória dos presentes”. Para além da bola que rolou no ringue “há outros valores que falam mais altos” – referiu. Com treinos se-manais, a equipa portuguesa tinha a lição estudada. “Os meus jogadores interpretaram da melhor forma o que estavam combinado”.
A comunicação social – não só a desportiva - acompanhou o evento e o público incentivou os padres equipados com o emblema das quinas. “Espero que a Igreja consiga aproveitar estas iniciativas e retirar as coisas positivas” – sublinhou o seleccionador.
Muitos dos apoiantes - alguns equipados com o vermelho e verde da selecção – estimulavam os futebolistas portugueses. “Penso que muitos retiraram da cabeça aquela ideia do padre que só celebra missa”. A igreja deve “dar um empurrão” a estas iniciativas. E adianta: “seria muito proveitoso”. Para além dos momentos de convívio, “todos queriam ganhar o torneio” – disse o Pe. Marco Gil. Os padres levavam para dentro do campo “a garra e o querer”. Mesmo com as centenas de pessoas a ‘puxarem’ pelos padres lusitanos, o capitão da selecção falhou dois penalties. “Não me senti o vilão do jogo” – afirmou.
Com jogadores de várias idades, o treinador dos portugueses viu no torneio “padres com muita qualidade futebolística”. E acrescenta: “faltava frescura física, mas o talento está lá”. Tecnicamente, a equipa da Croácia “era a mais evoluída” – disse José Gonçalves.
O torneio teve a duração de três dias. A meio da prova (quarta-feira), a centena e meia de padres deslocou-se ao santuário de Fátima. Os padres de leste “já tinham ouvido falar muito de Fátima e pediram-nos que os levássemos lá” – contou o capitão. E acrescenta: “ficaram deslumbrados com Fátima e com o Bom Jesus”.
Apesar de ser treinador de Futsal do Alpendorada – equipa da 1ª divisão – José Gonçalves esteve sempre com a equipa das quinas. “Só não fui a Fátima porque tenho a minha profissão”. Os padres das várias selecções ficaram hospedados no mesmo local e “andávamos sempre juntos” – frisa o Pe. Marco Gil.
Os padres portugueses não necessitavam de incentivos nem de gritos motivadores. “Existia uma grande união e vontade para ganhar” – finalizou o comandante da selecção. A próxima edição desta iniciativa será na Hungria, na semana que antecede a Quaresma.