Armindo Veloso
 

Damas de ferro

Se analisarmos com alguma atenção a história dos povos, normalmente só olhamos para a ponta do icebergue..., verificamos que a mulher, historicamente subalterna, teve quase sempre uma função mais importante do que aquela que lhe era atribuída em primeira análise. A genética, o instinto de fêmea, esposa e mãe, deu-lhe sempre características decisivas.
No Ocidente as mulheres nas últimas décadas subiram todos os patamares por mérito próprio e hoje jogam de igual para igual, no mínimo, com o homem, historicamente todo poderoso.
Há, no entanto, algumas funções que na sua maioria ainda são tradicionalmente exercidas por homens. A política, principalmente nos lugares cimeiros, é uma delas.
Sendo uma delas, há sempre excepções à regra e tivemos, há poucos anos, Margaret Thatcher, primeira ministra britânica, e temos hoje Angela Merkel, chanceller da Alemanha, que exerceram - uma ainda exerce - ambas o poder com mão de ferro.
Thatcher, no meio dos muitos murros na mesa, deu um decisivo aos sindicatos, associações até aí omnipotentes, e Merkel não tem cedido em quase nada nas políticas em que acredita para a Europa.
Nas democracias ocidentais são dois casos de mulheres de uma fibra indiscutível.
Conhecemos todos grandes ditadores homens. Mas, mãos de ferro em democracia, as mais significativas são as destas duas mulheres.
Thatcher já foi julgada pela história recente. Quem for desapaixonado politicamente não lhe dará má nota.
Como será a nota de Merkel na história?
Para bem de nós todos esperemos que seja alta.
Até um dia destes.