Armindo Veloso




UNS, OUTROS E INCOERÊNCIA

A minha opinião acerca do casamento entre homossexuais.
A idade e o ambiente vão-nos educando a sermos tolerantes com coisas que então nem nos passariam pela cabeça.
O casamento entre homossexuais é talvez o exemplo mais paradigmático.
Há, de facto, pessoas do mesmo sexo que se amam e que se respeitam. Essas têm todo o direito de viver juntos sem complexos com um contrato reconhecido civilmente e as leis da República deverão prever todos os direitos e deveres dos parceiros fazendo-se reflectir também nos bens patrimoniais desde heranças, rendas de casa, fiscais, etc. Claramente de acordo.
Agora pergunto: são esses, verdadeiros homossexuais, que andam em manifestações provocatórias, ostentando ridículas indumentárias, fazendo gestos obscenos para as câmaras de televisão e para quem passa, acompanhados muitas das vezes por umas beijocas? Não, não são. Esses são aqueles nomes todos que o povo lhes chama há séculos. São gente vulgar que ostenta a sua anormalidade, pensei bem no termo que apliquei, com glória e com provocação.
Os verdadeiros homossexuais querem é ser respeitados diante da sociedade sem embandeirarem em arco a sua condição, não sendo apontados e ostracizados. Para esses, a minha chapelada e o meu respeito.
O sr. Presidente da República, depois de uma explanação criteriosa acerca deste assunto numa comunicação ao país – quanto a mim está a vulgarizar essa grande arma de intervenção –, promulgou a lei.
Sr. Presidente, onde está a sua coerência? Sendo certo que a Assembleia da República poderia, constitucionalmente, obrigá-lo a promulgá-la depois de a reconfirmar, o senhor, depois do que disse, só tinha uma atitude coerente: vetar. Os grandes estadistas é isso que fazem. Perdem ou ganham de pé.
Os calculismos políticos, venham de onde vierem, são uma treta. Nunca me esquece que este mesmo senhor, então primeiro-ministro, aumentou os combustíveis uns dias antes de obter maioria absoluta em eleições legislativas. Ter-se-á esquecido?...
Até um dia destes.