Páscoa vista pelo ‘Maria da Fonte’
Voltando no tempo, fomos ao encontro do ano de 1913. Há cem anos atrás, na edição de 23 de Março, o “Maria da Fonte” dava realce à Queima do Judas na vila da Póvoa de Lanhoso.
“Hontem nesta vila procedeu-se á queima do Judas, tendo andado pouco antes com ele de «charóla» pelas ruas e largos da mesma vila, varios rapases que, de casacos vermelhos e descomunais «canècos» na cabeça, despertaram a hilariedade dos habitantes, tocando desafinadamente em instrumentos de metaes, etc”, podia ler-se.
Realizada na segunda-feira de Páscoa, a festa em honra de Nossa Senhora da Alegria mereceu destaque na edição de 30 de Março de 1913. “Segunda-feira finda festejou-se em Louredo com toda a pompa e luzimento, a imagem de Nossa Senhora d’Alegria, tocando no arraial a filarmonica das Taipas”, anunciava o “Maria da Fonte”.
“A não ser na freguesia de Ferreiros, onde a visita pascal ficou assinalada por um desagradavel incidente, em tôdas as demais freguesias decorreu festiva e cheia de alegria”, lia-se na notícia intitulada “Visita Pascal”, publicada a 1 de Maio de 1938, há cerca de 75 anos atrás. Há 50 anos atrás, na edição de 21 de Março de 1963, destacava sob o título “Aleluia! Aleluia!” que o “domingo amanheceu risonho, propício à visita pascal do novo Pároco que quis levar as aleluias a cada lar. Sendo o seu território espiritual muito extenso, foi preciso estender essa visita a segunda-feira. Apesar deste dia estar chuvoso, não deixou de haver alegria e animação também”.
“Nos lugares mais populosos havia arcos revestidos de murta e papel de seda de cores garridas, à maneira minhota: Portela, Valdemil, S. Pedro e Aldeia. Caminhos atapetados de flores cheirosas, festões, aqui chamados bandós, a unir pinheirinhos novos, cheios de crescentes, talvez a simbolizar as almas desejosas das alturas. Estralejaram foguetes, o som límpido da campainha alegrava os corações e meninas discursavam, singelamente, para enlevo do sr. Abade e orgulho das mães”, lia-se ainda. Na mesma notícia é ainda dado enfoque a boa impressão de bondade e simpatia deixada pelo novo pároco.