A história do concelho visto pelo 'Maria da Fonte'

O telefone chegou à vila…

O tempo pode passar muito depressa, mas os acontecimentos também surgem como cogumelos no concelho da Póvoa de Lanhoso. Em Outubro de 1938 chega o telefone à vila..
O ‘Maria da Fonte’ fala do acontecimento em três números.

A 2 de Outubro escreve:
“Não há duvida que este importante melhoramento terá para muito breve a sua realização, contando se com a respectiva inauguração para meiados deste mês.
Estamos, pois, de parabéns por tam interessante obra, que não só nos dará uma nota de civilização, como também nos tratá grandes benefícios”.

A 16 de Outubro pode ler-se:
“Está concluída a linha telefónica desta vila – melhoramento deveras importante que este jornal vinha reclamando, de há alguns anos a esta parte, pela pena do nosso assíduo colaborador se. José Ferreira dos Santos, que acidentalmente se encontra em Lisboa.
Esta nova linha telefónica será inaugurada, solenemente, por todo este mês, achando-se montada a respectiva cabine na estação tele-grafo-postal, que ontem começou a funcionar, por estarem já concluídas as reparações que há uns meses lhe vinham sido feitas”...

Os Paços do Concelho… com o Tribunal
Já nos anos 40, uma das grandes obras que se realizava na Póvoa de Lanhoso eram os Paços do Concelho. A 5 de Abril de 1942, o ‘Maria da Fonte’ dava uma pequena noticia, na página 2, com o título ‘Paços do Concelho’:
“No grandioso edifício dos novos Paços do Concelho, cuja construção ainda está por acabar, já se encontra a funcionar o novo tribunal, devendo efectuar-se a primeira audiência de julgamento na próxima terça-feira, dia 7, sendo julgado por ofensas corporais o sr. João Leite de Sousa, da freguesia de Brunhais.
Brevemente também funcionarão no mesmo edifício: a Secção de Finanças, Tesouraria da Fazenda Publica, Conservatórias do Registo Civil e Predial, e a Secretaria Notarial.”

O ciclista da Póvoa na Volta a Portugal

Apenas dois anos depois de ter sido inaugurada a luz eléctrica na vila da Póvoa de Lanhoso, o nome que mais nos surpreende é o de Francisco Joaquim da Silva. À primeira vista pode não nos dizer nada mas no ano de 1934 foi notícia em muitos jornais e não podia deixar de ser no ‘Maria da Fonte’, uma vez que era um homem da terra e participava pela primeira vez na Volta a Portugal em bicicleta.
O nosso jornal, no tempo, poucas notícias desportivas dava, a não ser que fossem grandes feitos,. E este é o caso. A 2 de Setembro na notícia sobre ciclismo lá se relatava mais uma etapa...

… As cheias da Vila
Muito rapidamente. Em Setembro de 1953 a vila foi inundada pela água. As cheias foram grandes e causaram muitos estragos. Curiosamente, apesar de existirem muitos registos fotográficos da altura, o ‘Maria da Fonte’ nada fala…
No entanto é curiosa a observação que novo director Aníbal de Magalhães faz na edição de 13 de Setembro:
“Afinal, em quase toda a parte do Pais o calor é, na verdade, insuportável. E nós, do que muito e muito precisamos é de chuva, porque a formidável estiagem está se tornando cada vez mais prejudicial á agricultura, cujos lavradores estão vendo, com intensa mágoa, os seus campos muitíssimo ressequidos!...”

Até à revolução dos cravos
Passamos quase 10 anos depois e já em 1963 dá-se a demolição dos velhos Paços do Concelho no centro da vila. Nesse mesmo mês é inaugurado o edifício dos CTT.
Em 1966 é morto, em combate, na Guiné, o Capitão Tinoco de Faria.
A Escola Preparatória da Póvoa de Lanhoso (depois Professor Gonçalo Sampaio) é inaugurada em Setembro de 1970 e, quatro anos depois, chegamos à Revolução do 25 de Abril, continuava como director Aníbal de Magalhães.
O jornal saiu a 27 de Abril de 1974 e na primeira página podíamos ler o título, ‘O Governo do País entregue a uma Junta de Salvação Nacional’ e a notícia:
“Na madrugada de ontem, dia 26 (pela 1,24 horas), a Radiotelevisão Portuguesa apresentou seis dos membros que compõem a Junta de Salvação Nacional, a que preside o sr. General António de Spínola...