Armindo Veloso
ÚLTIMAS HORAS
Quando este jornal estiver nas mãos dos assinantes, estaremos a escassas horas do final do ano 2010.
É normal apuparmos o ano velho e darmos vivas ao ano novo.
Não querendo ser profeta da desgraça, aconselho-me e aconselho os meus amigos leitores a colocar a fasquia bem baixa para não termos desilusões sérias.
De facto, o ano 2010 foi um ano em que a nossa economia, empurrada pela crise mundial, tirou a máscara e nos mostrou claramente o nosso atraso estrutural.
Deixemo-nos de ilusões. A partir daqui, há que trabalhar mais a sério e sermos muito mais comedidos nos gastos.
Nós habituamo-nos. O ser humano é um animal de hábitos. Quem diria, no seu juízo perfeito, há uns anitos, que nesta época do ano em vez de falarmos de 5% de aumentos salariais, as centrais sindicais faziam-no reiteradamente, estamos a falar de uma redução no mesmo montante e rezamos para que não venham outras pelo menos para já para habituarmos as costas... E se falássemos de outras coisas como os impensáveis cortes no abono de família?... Enfim.
Peguemos nestes exemplos e interiorizemos que não há nada adquirido definitivamente e que se todos fizermos o nosso melhor não há-de ser nada de mais.
Viver com menos não é necessariamente pior. Tirando o indispensável para se viver com dignidade há muitas coisas importantes na vida para além do dinheiro.
Que o ano 2011 nos traga o essencial e que nos faça estar bem connosco próprios. Condição indispensável para sermos felizes.
Até ao Ano