Há 100 anos atrás, na edição de 11 de Setembro de 2010, o “Maria da Fonte” fazia alusão à Romaria de Porto d’Ave. Eis o excerto do texto publicado nas páginas deste centenário jornal:
“Completamente extraordinaria pelo enorme movimento de forasteiros que ha uma meia dúzia d’annos se não notara ali, n’aquelle encantador e sugestivo local que é o mimo d’este cantinho do Minho.
Os festejos foram imponentes e no animado arraial, onde muitos e muitos ranchos de Maneis e Marias davam a nota alegre que tanto caracterisa as romarias minhotas, apreciaram-se com funda satisfação as bandas de Sobradello, Nasce e Golães, de Fafe, que muito bem executaram varias peças de musica, especialmente esta ultima que se salientou pelo seu selecto e escolhido repertorio…
A procissão, que sahiu pelas 5 horas do dia 7 era magestosa e percorreu o itinerario do costume na melhor ordem, sendo na verdade para enaltecer os creditos artisticos do armador Olympio Rebello que apresentou á admiração de todos, dois soberbos carros triumphantes ornamentados a capricho.
A illuminação da baldaquino era vistosa e aprcciada, fendendo o espaço durante a noite lindos aeróstatos.
O fogo do ar e prezo que ali foi queimado tambem merece menção, porque era explendido e d’un gosto moderno como em poucas romarias se observa; apezar de que lá d’un cantinho entre o escuro da noite, o nosso amigo Vieira sem o menor applauso de tres circumstantes que como aquelle apreciavam o fogo d’artificio, a todos os momentos praguejava contra os “chics” foguetes só porque estes não estrondavam nos ares – para elle o dynamite, e em tudo ha ideias contrarias, porque os gostos sao relativos”.
Tal como há 100 anos atrás, o movimento de forasteiros continua a ser grande, a procissão mantém a majestosidade de outros tempos e o fogo-de-artifício continua a ser esplêndido e a manter-se como um dos momentos altos do programa das festas.