O melhor guarda-redes nacional
Nome: Cláudio Manuel Teixeira da Silva, 14 anos
Modalidade: Andebol
Escalão: Iniciados
Clube: ABC, Braga
Guarda-Redes da Selecção Nacional de Andebol
Nem só de pão vive o homem ou, alterando os termos da parábola bíblica, não é só aos santuários e nos altares do “São Futebol” que os jovens deste país colocam os seus sonhos e ambições.
Dito isto, apresento-lhes o Cláudio Manuel Teixeira da Silva, de 14 anos, que nasceu em Valdemil, filho de Manuel José Alves da Silva e de Carla Manuela Coelho Teixeira, que estuda na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso e frequenta o 9º Ano de escolaridade.
A verdade é que o Cláudio também gosta de ver e de jogar futebol com os amigos, mas a sua paixão desportiva é o andebol, jogo que o seduziu, não só pela sua beleza e velocidade, mas também pelo ambiente de alegria e de animação que se vive e sente nos pavilhões de jogo, onde as equipas se entregam ao jogo e as claques vibram com entusiasmo as jogadas, os golos e as vitórias das suas equipas, mas sem violência, sem paixões exacerbadas e sem insultos…
O Cláudio pratica andebol desde os onze anos. Começou no ISAVE, com o professor Jorge Rodrigues, depois transitou para a equipa MARIA BALAIO. No ISAVE foi distinguido com o troféu de O Melhor Guarda-Redes, pois é entre os postes, nesse lugar de defesas quase impossíveis, que ele se sente bem. A sua preferência pelo andebol nasceu um pouco por acaso e por influência dos colegas, quando o ISAVE fez a promoção da modalidade e a captação de atletas. O seu objectivo era praticar desporto para jogar e competir, mas também porque, sentindo-se com peso a mais, desejava fazer exercício físico para emagrecer.
Depois do ISAVE e da equipa MARIA BALAIO, recebeu uma proposta do ABC, de Braga, que é, na sua opinião, o melhor clube português de andebol, pois tem óptimas condições de trabalho e um excelente acompanhamento de formação desportiva e cívica. O Cláudio faz diariamente duas horas de treino, das 19.00 às 21.00 horas e joga aos sábados e aos domingos, pois, embora seja ainda iniciado, também é chamado para os juvenis. Ao desempenho físico e atlético, o Cláudio tem ainda o esforço financeiro das deslocações diárias para Braga que a família suporta. Para a próxima época, a sua situação poderá melhorar se o ABC lhe financiar os estudos no Externato Carvalho Araújo.
E como é que o Cláudio consegue conciliar os estudos e o desporto? Convenhamos que viajar diariamente para Braga, treinar duas horas por dia e jogar aos fins-de-se-mana não é pêra doce para um jovem de 14 anos que tem ainda de cumprir toda a rotina das aulas e das tarefas escolares. Ele reconhece que, às vezes, os estudos se ressentem dessa sobrecarga de trabalho e de responsabilidades. É que não é só o ABC a absorvê-lo.
A Selecção Nacional já o chamou para nove estágios da equipa nacional e para os respectivos jogos, onde foi eleito O Melhor Guarda-Redes Nacional. O Cláudio explicou que as chamadas à selecção nacional não são propriamente para realizar desafios internacionais, mas são, sim, formas de ambientar e preparar os melhores atletas jovens da modalidade com vista ao futuro, e os jogos que se realizam nesses estágios são com equipas dos escalões mais avançados. Nos estudos, o aproveitamento escolar vai melhorando de período para período e de ano para ano, até porque o seu clube também reorganizou os seus tempos de treino e deu mais espaço aos atletas para o estudo.
Os seus sonhos são a alta competição, a selecção nacional e, um dia, jogar pelo Barcelona, o maior clube do mundo, diz ele. A alta competição também dá pontos para entrar na universidade e o Cláudio tem consciência de que é necessário ter um curso e uma profissão para não ficar de mãos a abanar, quando tiver de abandonar a modalidade, e porque, de qualquer maneira, mesmo um bom atleta não consegue vi-ver só do andebol.
O desporto é bom para o nosso desenvolvimento pessoal e social. O Cláudio disse que se aprende muito com o desporto: ganhamos amizades, aprendemos a conviver e a respeitar os adversários, adquirimos o valor de ter metas e objectivos e de lutar por eles, conhecemos o preço do sacrifício e das nossas limitações, construímos sonhos e ambições e lutamos por eles, damos importância ao trabalho individual e em grupo, ajudamo-nos mutuamente.
E abdicamos quase sempre dos divertimentos próprios da nossa idade: discotecas e noitadas, por exemplo, só em ocasiões muito especiais.
Parabéns, Cláudio Manuel.