
Armindo Veloso
O DRAMA DOS MEDIA
Durante muitas décadas, os meios de comunicação social e as empresas que os suportavam, em Portugal ou noutro país qualquer, embora visassem o lucro misturavam muito bem misturado esse objectivo com a paixão pela arte de fazer comunicação.
Assim sendo, os empresários do sector, ou vinham de uma linhagem dessa área ou só se metiam nela quem conhecesse os riscos que dela advinham.
Salvo raríssimas excepções que confirmam a regra, não se enriquece a criar jornais, revistas ou rádios. A TV é um mundo à parte.
Daí que é necessário que os empresários vejam nas empresas de media uma mais-valia própria e social mas nunca pensem em grandes voos materiais daí resultantes.
O que hoje se verifica é que os empresários vêem os media como um factor de projecção social importante mas também querem grandes proveitos materiais. Ou seja, querem sol na eira e chuva no nabal. Não se tendo o bichinho da comunicação social os olhos piscam-nos entre aquelas duas mais -valias.
O que se passa hoje é que grande parte dos jornais, revistas ou rádios estão pendurados em grupos que vão desde a carpintaria até à seca do bacalhau.
Alguns empresários vêem num jornal uma tábua de forro, numa revista um bacalhau corrente e num programa de rádio uma nota de quinhentos euros.
Não quero com isto dizer que as empresas de comunicação social não devam dar lucro. Claro que devem dar.
Este é um tema apaixonante que nos levaria muito longe. Poderíamos falar das receitas dos media e de onde elas vêm. Da liberdade que os media hoje têm fruto de tantas e tantas condicionantes. E por aí fora.
Quem sabe, para uma próxima.
A minha análise de hoje tem tão só a ver com os sapateiros e com os rabecões.
Até um dia destes.